22 de set. de 2016

Portaria da SES regulamenta trabalho voluntário

Cerca de três mil pessoas atuam na saúde por meio de associações

De uma conversa amiga a cadeira de rodas, de tudo um pouco se pode doar para pacientes em tratamento nos hospitais públicos do Distrito Federal. Atualmente, cerca de três mil voluntários atuam, direta ou indiretamente, por meio de associações distribuídas pelas unidades da rede pública de saúde da capital.


Para regulamentar a atuação de todas elas, a Secretaria de Saúde publicou uma portaria (180/16) no início deste mês, seguindo a recomendação de um decreto do governador, publicado em dezembro do ano passado, mesma época da criação do Portal do Voluntariado.

"A portaria vem regulamentar e orientar, de maneira mais detalhada, como as unidades de saúde podem se organizar para receber voluntários. Com a portaria, criou-se o Comitê do Voluntariado, que atuará no fomento, parceria e treinamento para as associações existentes e para as que venham surgir", explica o coordenador de Voluntariado, Cristian da Cruz Silva.

O comitê já identificou 12 associações que atuam diretamente ligadas a hospitais, sendo quatro delas no Hospital de Base, cinco no Hospital Regional da Asa Norte e outras três distribuídas nos hospitais de Apoio, Sobradinho e Gama. Há, ainda, outras oito que trabalham de forma indireta, como a Amavi, que atua onde há tratamento de pessoas com doenças raras.

Uma das associações atuantes dentro de hospital, o Grupo de Voluntários do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) trabalha há 17 anos dando suporte aos pacientes que passam pela unidade. A presidente da instituição vê com muito bons olhos a regulamentação desta atuação. "Hoje a gente já tem um certo controle de doações, como o dinheiro de passagens. Mas com a portaria, creio que tudo ficará ainda mais claro", diz Francisca Gonçalves.

APOIO – O trabalho junto às associações já foi iniciado pelo Comitê do Voluntariado. A primeira a receber a visita dos servidores foi a Associação de Voluntários do Hospital Regional do Gama (Avogama).

"Estamos conversando para ter ideias de como levantar fundos para manter a associação. Atualmente, vivemos do dinheiro arrecadado no bazar permanente e de doações. Mas não é suficiente para atender a todas as pessoas que nos procuram, por meio do serviço social do hospital", diz a presidente e fundadora da Avogama, Mariene Soares.

Segundo Cristian, a intenção é deixar todas as associações com estrutura parecida. "Por isso, estamos em contato com elas para ver o que pode ser feito para melhorar a atuação", justifica.

Mariene diz que, com a portaria e esse olhar voltado para as associações, há esperança de que as coisas fiquem mais fáceis, inclusive, para atrair novos voluntários. "Houve época em que tínhamos até 60 pessoas nos ajudando. Hoje, estamos com cerca de 15 voluntários ativos e alguns colaboradores, que vêm de vez em quando", conta.

A Avogama atua há 24 anos na região, doando passagem, roupas, cestas básicas, materiais de higiene pessoal, medicamentos e cadeiras de rodas a pacientes internados no Hospital Regional do Gama.

ORGANIZAÇÃO – O coordenador de voluntariado diz que, a partir da portaria, o comitê pretende organizar cursos e seminários para as associações além de promover uma assessoria mais particularizada para aquelas que precisarem.

"Queremos que cada unidade de saúde tenha um servidor designado pela diretoria para organizar o serviço de voluntariado. Ele será o responsável por oferecer o termo de adesão ao voluntariado e dar todas as orientações necessárias para essa atuação. Até então, não temos isso", explica Cristian da Cruz.

Para quem tiver interesse em tornar-se voluntário, a porta de entrada é o Portal do Voluntariado (www.portaldovoluntariado.df.gov.br). O site funciona como uma rede social que conecta perfis com oportunidades de serviços voluntários.

FAZENDO O BEM - No início deste ano, o aposentado Deuzimar Nogueira passou 12 dias acompanhando o pai, em tratamento no Hospital Regional da Asa Norte. Durante este período, um outro paciente, cadeirante, pediu que ele o ajudasse a tomar um banho de chuveiro. Depois, que cortasse seu cabelo e as unhas.

"A situação me mostrou que, apesar do trabalho fantástico feito pelos profissionais de saúde deste hospital, muitos pacientes não tinham apoio para coisas básicas, como um corte de cabelo. Então, passei a ajudar os outros pacientes. Meu papai, infelizmente, se foi. Mas eu continuei aqui, como voluntário, mesmo sem ser barbeiro", conta Deuzimar.

Assim, há cerca de nove meses, ele vai ao Hran, duas vezes por semana, não somente cuidar da aparência dos pacientes internados no Pronto Socorro e na Enfermaria, mas também para dar uma palavra amiga. "Leio a bíblia, trago palavras de consolo, para que eles se sintam, mesmo que por pouco tempo, um pouco fora dessa realidade de hospital", observa.

Deuzimar é um dos 11 voluntários do Grupo de Voluntários do Hran. "Espero que o número de voluntários aumente não somente aqui, mas em todos os locais. Ajudar os outros é uma forma de mostrar o nosso amor por Deus", finaliza.

 
Por JDF Brasil / Com informações da Assessoria de Imprensa Agência de Notícias

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